terça-feira, 30 de março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

COMO PODEMOS SABER?


As pessoas são engraçadas! Se dissermos que existem biliões e biliões de estrelas no universo, elas acreditarão. No entanto, se pintarmos um banco de jardim e colocarmos lá um aviso "pintado de fresco", provavelmente irão tocar-lhe só para ver se realmente está húmido.
Nós somos uma estranha mistura de cépticos e crentes. Acreditamos em algumas coisas que não se vêem e recusamo-nos a acreditar noutras. Algumas realidades são conhecidas pela razão, outras são conhecidas através da fé, inacessíveis aos sentidos.
Uma chave de parafusos está deslocada, se estiver numa loja de instrumentos musicais e um músico, raramente precisará de usar uma chave de bocas. Razão e fé têm o seu lugar próprio e, quando usadas correctamente, trazem glória a Deus.
No geral, as pessoas reconhecem as suas limitações físicas; se uma criança lhe pedisse para lhe pegar ao colo, ajudando-a a atravessar a rua, provavelmente, não se importaria. Mas, se os pais da mesma criança lhe pedissem para fazer o mesmo com eles, provavelmente, diria "não consigo carregar-vos!" Contudo, algumas pessoas não conseguem reconhecer as limitações da razão para compreender a grande verdade espiritual sobre o significado da vida e de todas as coisas que vemos.
Uma pessoa pode olhar para o mundo, para tudo o que Deus tem feito, e reconhecer que foi criado por um Ser poderoso. Contudo, a razão apenas não pode compreender a natureza desse Ser, somente pela Sua existência.
Pascal afirmou, e muito bem, que "o propósito último da razão é trazer-nos ao local onde vemos que há um limite para a razão". Embora Deus nos tenha dado as nossas mentes para serem usadas para conhecê-Lo, elas não nos levam até ao limite da jornada da compreensão. As verdades da fé cristã não são contrárias à razão, contudo, muitas vezes, estão acima dela.
A razão é, muitas vezes, limitada e, muitas vezes, desviada. Um sábio pode afirmar que sabe e as suas ideias estarem erradas. A razão levou as pessoas, no passado, a concluírem que o mundo era plano e que a terra era o centro do universo. Hoje, sabemos que estas ideias estavam erradas.
As limitações naturais da razão não têm nada a ver com os efeitos do pecado na mente humana. É verdade que o pecado afectou a razão humana, mas mesmo que o pecado nunca tivesse entrado no mundo, a razão humana teria na mesma as suas limitações.
A fé abre a porta para as realidades invisíveis e espirituais da vida e leva-nos onde a razão nunca poderá ir. Ver o invisível pelos olhos da fé precisa de fazer parte da nossa vida diária. Neste mundo dos sentidos, os seguidores de Cristo precisam de tomar consciência de que há muito mais para além do que os nossos olhos alcançam.
Elisabete Simões

segunda-feira, 22 de março de 2010

VEM AÍ A PRIMAVERA


Tem sido um Inverno longo. Demasiado longo, dirão alguns.
Ansiamos expectantes a chegada da Primavera e, consequentemente, do Sol morno que nos dá vontade de sair à rua.
Não são raras as ocasiões em que também a nível pessoal nos encontramos em plena estação fria – chamemos-lhe ‘Inverno Pessoal’.
Quantas vezes, por força das circunstâncias adversas, ou das intempéries que nos assolam, não nos sentimos fracos e cansados?
Quantas vezes não ficamos exaustos das lutas diárias que provocam em nós autênticas tempestades emocionais?
“Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?” [Salmo 11:3]
Quando os nossos fundamentos são abalados, podemos comparar-nos a um pequeno barco no meio do mar alto, agitado pelo temporal. E, no seguimento do pensamento do salmista, podemos perguntar a nós próprios: “Que posso eu fazer?”
Contrariando a ideia utópica, mas mais apregoada do que seria de esperar à luz da Bíblia, de que o crente não sofre, existem casos como o seu e como o meu: vidas entregues a Cristo que, no entanto, atravessam ‘Invernos Pessoais’, por vezes tão ou mais longos que o Inverno que agora experimentamos.
Fundamentos como a saúde, as finanças, os relacionamentos, podem de facto sofrer transtornos, mesmo na vida dos cristãos.
Perante um diagnóstico médico difícil, perante um grave problema financeiro ou ainda perante um casamento fracassado, o que pode fazer o crente?
Arrisco uma única resposta: confiar em Deus.
Talvez para algumas pessoas isso seja possível apenas quando o tal ‘Inverno Pessoal’ não é demasiado rigoroso, ou comprido. Outros dirão que já passou demasiado tempo e a Primavera não regressa, apesar da espera por um milagre de Deus.
Confiar n’Ele continua a ser a melhor e mais eficaz solução.
Apesar dos estragos que este Inverno tem provocado um pouco por toda a parte, tais como cheias, derrocadas, etc., toda a gente (incluindo certamente você) acredita que a Primavera chegará, mais cedo ou mais tarde.
Porque é que nos é então tão difícil crer que, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, o nosso ‘Inverno Pessoal’ também se dissipará, dando lugar a um lindo e agradável Sol primaveril?
Deus não se esqueceu de ti no meio do teu duro e aparentemente inultrapassável Inverno. Ele continua trabalhando a teu favor. A ti cabe CONFIAR. E mesmo que estejas completamente enfraquecido pelo embate das ondas na tua vida, não esqueças que “SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?” [Romanos 8:31]
Conforta-me muito pensar que, durante os meus próprios ‘Invernos Pessoais’, Deus é POR mim – Ele está a meu favor, Ele torce por mim.
Imaginando-me no papel de um ciclista numa difícil competição, quase consigo ouvir Deus a gritar pelo meu nome: “Vá lá Cristina! É difícil, mas tu consegues! Mais um esforço, mais uma pedalada! Não desistas! Eu estou contigo!” dir-me-ia o meu Pai do Céu.
Deus não tem uma natureza humana e, portanto, não é falível. Deus é perfeito. Ao contrário de nós, Deus não pode ser limitado pelo tempo ou pela História. Perante isto, em quem melhor que Ele poderíamos confiar toda a nossa vida – a nossa saúde, as nossas finanças, os nossos relacionamentos, enfim tudo o que somos e temos?
Os primeiros raios de Sol da manhã já começam a entrar mais cedo pelas frestas da janela do meu quarto e os dias estão já mais compridos, anunciando que a Primavera vem aí, deixando para trás um dos Invernos mais longos dos últimos anos.
Se formos perseverantes em confiar no Senhor que fez os céus e a terra, logo mais veremos distantes as nuvens cinzentas e as chuvas fortes. O nosso ‘Inverno Pessoal’ dará lugar a um tempo de recomeço, um tempo de refrigério durante o qual, entre muitas outras coisas, devemos servir de ajuda para outros. Não desistamos, porque, muito em breve, chegará a nossa ‘Primavera Pessoal’.
Cristina Simões

quarta-feira, 17 de março de 2010